terça-feira, 23 de outubro de 2007

AFINAL… NÃO EXISTEM RAPAZES MAUS.


Na sua infinita bondade, ou hipocrisia costumam afirmar que não existem rapazes maus e que apenas são vítimas da sua própria condição, normalmente de miséria e escassez, tese largamente partilhada por vastos setores do “politicamente correto” que a utilizam para explicar tudo, desde o pequeno furto, até aos mais selvagens atos de terrorismo.

Segundo entendi, as escolhas de ética mais duvidosa e que envolvem falta de empatia e compaixão, verificam-se em indivíduos que apresentam certo tipo de lesões cerebrais. Suponho eu que quando se fala de lesões cerebrais, estas podem ir do inconsciênte “>0” até ao infinito, o que resulta na loucura total e a completa disfunção da razão.
Isto a meu ver levanta um enorme e dificílimo problema que resulta na capacidade objetiva de estabelecer a impunidade do indivíduo face a qualquer ação por ele praticada.
O nosso cérebro trata-se de uma estrutura extremamente complexa e penso pode-se partir do principio de que ninguém tem um grau de sanidade mental absoluto, pelo que a grande questão está em estabelecer uma fronteira, o menos difusa possível, entre o que está dentro de uma “normalidade” e o que pode ser considerado realmente patológico.

Se na realidade um assassino ou um vândalo age por impulso ou de acordo com a sua estrutura cerebral danificada. Se o colapso de algumas das suas loucuras, essa fina rede que liga de forma a criar de um grande conjunto avulso de neurônios, uma estrutura organizada e coerente como é o cérebro humano, acaba por ser o verdadeiro responsável pelos comportamentos menos éticos, como estabelecer as penalizações ou atribuir culpas ao individuo? De fato, esta nova visão sobre comportamentos menos éticos, vem pôr em causa um dado fundamental da estrutura da nossa sociedade: Vem levantar suspeitas sobre o verdadeiro sentido da auto-determinação, a qual tem servido para referir esses comportamentos, consistindo numa verdadeira bússola ética e comportamental.
À luz destes fatos, parece que ,no fundo, não existem rapazes maus, mas apenas rapazes com certas disfunções cerebrais que os levam à prática de crimes, dos mais corriqueiros, até aos mais hediondos.

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