quinta-feira, 18 de outubro de 2007

PECADOS MORTAIS



Sentei-me num degrau escolhido ao acaso, na escadaria da vida.
Aí fiquei a contemplar uma paisagem serena e destemida, saída pela porta da felicidade.Mas, sem motivo: a porta fechou-se. Abriu-se outra, saindo de lá uma névoa...

A vista que enxergava era deslumbrante, a casa era linda, a decoração mesmo como eu gostava.
Tudo parecia retirado do mais lindo sonho.
Sem pensar… entrei. Fiquei nesta casa que me fascinou, mas também me cegou.
Aos poucos, deixei de ver claramente , deixei de raciocinar, deixei de acreditar em mim!
Só contava a casa, eu lutava, eu sofria, eu chorava… !
Uma sensação estranha apoderou-se de mim. Tinha dores horríveis, quando me afastava
mesmo que por instantes. Pareciam farpas espetadas com afinco no meu corpo, com o remorso.
Um dia, num momento de luz, percebi-me:
… Ah! Mas eu não gosto desta música! E esta roupa?!… que bebida é esta?
Que sentimentos estes que agora habitam em mim… não, eu não sou assim! Eu não me sinto bem assim!
Basta!!! Vou-me embora!
E agora que se passa? - Não consigo abrir a porta! Está encravada… estou presa!!!
A porta empenou e me trancou… o tempo me trancou!
Agora, amigo… já não tenho mais forças. Falta-me a vida. A vivacidade para quebrar e me soltar da teia. Desta teia, tão maliciosamente tecida às paredes da infelicidade!

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